Aconteceu ontem (24) à noite, no auditório da escola “Placidino Passos”, a abertura oficial do “III Seminário para as Relações Étnicorraciais”, com o tema “A inserção do negro na sociedade brasileira: história, política, arte e educação”. O seminário é promovido pela Secretaria de Educação de Aracruz (Semed), por meio da Comissão de Estudos Afro-Brasileiros (Ceafro), do Setor de Diversidade e tem o apoio da Prefeitura de Aracruz e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) do Espírito Santo. Durante o evento foram feitas apresentações culturais do Coral Afro Aracruz (Formação Afro) e da CIA de dança Afro de Aracruz. 

O evento faz parte das comemorações ao Dia Nacional da Consciência Negra, que é comemorado no Brasil todo ano, no dia 20 de novembro e também para referenciar a memória do maior lutador pela liberdade de nossa história, Zumbi dos Palmares. A data faz parte do Calendário Escolar do município, como determina a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, e a Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-brasileira e Africana na educação do Ensino Fundamental e Médio nas instituições de ensino do município.

Aproximadamente 140 pessoas, entre professores da formação afro-brasileiro, diretores, pedagogos, alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (Proeja), representantes da Semed, do movimento negro de Aracruz e do 5º Batalhão de Polícia Militar do município estiveram presentes e puderam aplaudir as personalidades negras de Aracruz que contribuíram para a construção de uma sociedade mais solidária, humana e igualitária. Os homenageados da noite foram a Prof.ª Eliete Gonçalves Santiago Lima, a presidente do movimento Negro de Aracruz (CONEA), Zelaene Marques Conceição, o presidente do Conselho Tutelar de Aracruz, Jaildo Gonçalves, e por relevantes serviços prestados à comunidade de Aracruz, o Prof. Dr. José Maria Coutinho (in memorian) e como homenageada surpresa a coordenadora do grupo de discussão permanente Afro-brasileiro, Prof.ª Msc. Marluce Leila Simões Lopes.

“Vivemos um momento de crescimento ao aceitarmos o jeito do outro e a cidadania de cada um”. Com essas palavras é que a secretária da Semed, Ilza Rodrigues, oficializou a abertura do seminário. Ainda segundo Rodrigues, fazemos também parte da raça negra, pois somos brasileiros. “Sempre lutei contra o racismo e o preconceito. Esses sentimentos ruins não podem nos fazer parar, pois o nosso país é realmente diversificado. Somente a educação tem a força necessária para mudar o comportamento das pessoas e das crianças. Hoje, não podemos esquecer de agradecer a formação afro pela mudança de comportamento que constatamos em nossos alunos. Por isso, lembrem-se de que nós só brigamos pela aceitação da cor que temos e pela pessoa que somos”.

Segundo o vice-prefeito, Jones Cavaglieri, é muito importante ampliarmos o debate acerca de uma política educacional que promova a inserção da História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas de Aracruz. “Sabemos que a luta da raça negra é de longa data e que em nosso país cerca de 45% da população é de descendência negra. Esses números em nosso município são ainda maiores. Por isso, o Poder Público tem um papel fundamental na mudança de atitude da população. E, essa mudança somente acontece por meio da educação e da conscientização de que todos nós somos iguais. Vamos juntos construir um município, um estado e um país melhor para todos”.

O seminário continua hoje (25), a partir das 19h, no auditório da EMEF “Placidino Passos” com a apresentação da Mesa Redonda: “A inserção do negro na sociedade brasileira: história, política, arte e educação”, com o Prof. Msc. Sérgio Pereira dos Santos (Doutorando e Mestre em Educação/Ufes) e a Prof.ª Msc. Priscila Chisté (Doutoranda e Mestre em Educação/Ufes), tendo como mediadora a Prof.ª Msc. Marluce Leila Simões Lopes. Nos dias 8 e 14 de dezembro, das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h, no auditório do Polo da Universidade Abertura do Brasil (UAB) Aracruz, acontece as apresentações de relatos de experiências desenvolvidas nas escolas do município, pelos cursistas da formação afro-brasileiro.

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