Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II de Aracruz ofertou programação especial para celebrar o Dia da Luta Antimanicomial

Na manhã desta quarta-feira (18), data em que se celebra o Dia da Luta Antimanicomial, a Prefeitura de Aracruz, por meio da Secretaria de Saúde (Semsa), promoveu no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) II, bairro Bela Vista, uma programação especial com várias atividades, apresentações e oficinas a seus pacientes.
O CAPS de Aracruz atende aproximadamente 5 mil pacientes ativos, entre pessoas portadoras de transtornos mentais graves e/ou persistentes, além de pessoas com dependência de álcool ou drogas. Seu trabalho é focado no cuidado mais humanizado, multiprofissional e na liberdade, assegurando os direitos dos pacientes, sempre utilizando práticas voltadas não apenas nos sinais, sintomas ou doenças.
As atividades foram orientadas pela gerente de Atenção Especializada, Márcia Seixas, e pela coordenadora do CAPS, Marinês Marin Cavaglieri, que recepcionaram os participantes. Segundo elas, essa luta antimanicomial teve início em 1987, com uma reforma psiquiátrica. “Após a reforma psiquiátrica e de uma conferência da saúde mental realizada em 1987, ficou marcado o início da luta antimanicomial, acabando com os conhecidos manicômios. Hoje a gente comemora a humanização da saúde mental e os fechamentos dos manicômios”, destacou.
Logo no início das ações os pacientes puderam acompanhar uma apresentação musical, além de uma oficina de música com a oficineira Kattielly. Em seguida tiveram uma aula sobre a Shiatsuterapia, que é uma terapia que atua nos meridianos, aplicando pressão sobre eles para liberar o fluxo energético que está prejudicado, estimulando o mecanismo de auto-regulação, dando saúde, fortalecendo o corpo e aumentando a alegria de viver, por meio do reequilíbrio físico e energético, próprio para aqueles que sofrem de problemas emocionais, cansaço, fraqueza, além de insônias e distúrbios intestinais. Os pacientes ainda puderam desenvolver uma dinâmica em grupo e participar de uma palestra com o médico homeopata, Dr. Carlos Alberto Fiorot.
Lembranças de um manicômio
A paciente Antônia Márcia Silva, que é assistida pelo CAPS desde 2015, contou os horrores pelos quais já passou e presenciou, quando foi interna de uma ala psiquiátrica no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, em São Paulo. “No final de 2014 fui internada nessa ala, após sofrer de uma depressão pós-parto e, por lá, fiquei por dez dias. Antes mesmo de chegar já ouvia de pessoas para eu evitar esse lugar e quando entrei descobri o porquê”, disse.
Segundo ela, o local era todo fechado com grades, e os médicos que trabalhavam no hospital não tinham conhecimento sobre o que acontecia no local. “Os médicos não sabiam o que se passava nessa ala psiquiátrica à noite. Quando estive lá ficava totalmente dopada, tendo que fazer esforço para manter meus olhos abertos. Aos poucos fui recuperando minha consciência, pois o tratamento era somente medicamentoso. Minhas memórias são bastantes nítidas. Lembro de enfermeiros maltratando os pacientes. Eu, por exemplo, já fui levada para o quarto, sendo arrastada pelas pernas, enquanto outra enfermeira pisava nos meus cabelos. Fora as pancadas que minha companheira levava, com hematoma por todo corpo”, lembrou.
Atualmente sendo assistida pelo CAPS, ela reafirma a diferença nos atendimentos ofertados. “Não se compara. As ações do CAPS são excelentes, como as questões do autoconhecimento e das terapias, que são fundamentais, assim como o desmame, que é a retirada dos medicamentos dos pacientes. Quando cheguei aqui, por exemplo, andava pelas ruas perambulando em função dos remédios. Hoje sou outra pessoa. Só tenho a agradecer o empenho de todos os profissionais que me ajudaram”, destacou.
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