PSE: penúltima reunião do ano dá ênfase aos benefícios da horta na escola e da conexão entre a educação ambiental e a saúde

Publicado em: 28 de outubro de 2025
Texto: Renato Lana de Faria
Imagem: Divulgação
PSE: penúltima reunião do ano dá ênfase aos benefícios da horta na escola e da conexão entre a educação ambiental e a saúde

Aconteceu na manhã desta terça-feira (28), no Auditório do Complexo de Saúde de Aracruz (CSA), a nona e penúltima Reunião Geral do Programa Saúde na Escola (PSE) em 2025. O evento teve como temas os benefícios da horta na escola e da conexão entre a educação ambiental e a saúde. Os assuntos em questão foram apresentados pelo professor da Emef Santa Cruz, Anélio Butzk, pela Técnica Educacional da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), Eva R. S. Cordeiro.

Anélio Butzke, que é biólogo e técnico em agropecuária e meio ambiente, apresentou o “Agrinho”, nome do programa educativo que desenvolve a horta na escola, e que é trabalhado com mais de 100 estudantes dos 8º e 9º anos. Ele mostrou o passo a passo para sua implementação, desde uma reunião com a equipe pedagógica para definir os objetivos, aos recursos necessários. “Essa já era uma iniciativa que eu queria desenvolver para trabalhar a educação ambiental, produzindo alimentos e desenvolvendo um aplicativo, incentivando práticas sustentáveis, hábitos alimentares saudáveis e a valorização dos saberes comunitários”, explicou.

Ainda de acordo com o Anélio, o 'Agrinho' permitiu o desenvolvimento de habilidades práticas nos estudantes relacionadas ao cultivo de hortaliças e plantas medicinais em pequenos espaços, além de estimular o uso de recursos tecnológicos como ferramenta de apoio à aprendizagem, por meio da criação e utilização do aplicativo “nossa roça”, fortalecendo a interação entre escola e comunidade e incentivando o envolvimento coletivo na manutenção da horta e na divulgação do aplicativo.

Os estudantes também foram mobilizados para arrecadarem insumos junto à comunidade e familiares. Eles participaram de uma oficina para fazerem a limpeza e preparo do solo com a retirada de entulhos e poda das árvores. “Minha ideia era mostrar que eles não precisariam de uma grande propriedade para ter uma horta. Com a otimização do espaço podemos produzir alimentos de qualidade”, completou o professor.

E foi em um pequeno canteiro da escola que alimentos como a alface, beterraba, cenoura, cebolinha, couve, ervas cidreira, vick, rúcula, dentre outros foram produzidos em grande escalas e com muita qualidade. “Em um intervalo de aproximadamente um mês, após a produção das mudas para o plantio, já tivemos uma colheita bem significativa de rúculas. Com a criação de um app, conseguimos unir tecnologia e saberes agrícolas para facilitar a aprendizagem de todos. Ao investigar os processos de cultivo, manejo do solo, ciclo das plantas e uso consciente da água, os alunos construíram saberes próprios, que vão além da teoria tradicional, integrando tecnologia e saberes locais”, completou Anélio.

Dando sequência à programação, a Técnica Educacional da Secretaria de Meio Ambiente (Semam), Eva R. S. Cordeiro, apresentou ao público os principais projetos que são desenvolvidos em sua pasta, mostrando também a importância da saúde ambiental. “É crucial reconhecer a interconexão intrínseca entre a saúde ambiental e o bem-estar sistêmico, dado que qualquer desequilíbrio ecológico em um componente da natureza invariavelmente repercute e compromete as demais esferas”, explicou.

Para ilustrar esta questão, Eva apresentou o conceito de Saúde Única, cuja data celebrativa será na próxima segunda-feira (3/11). “A Saúde Única é aquela que engloba as saúdes humana, animal e ambiental. Hoje, esse tripé é indissociável, principalmente depois da pandemia da Covid, vimos essa importância. Qualquer desequilíbrio em um desses tripés, o restante também é desequilibrado. Como exemplo temos o acúmulo de lixos e entulhos que trazem doenças, contaminação do solo e das águas. Por isso, se vivemos em um ambiente adoecido, também adoecemos”, ressaltou.

Eva mostrou com uma ilustração que as principais formas de degradação ambiental impactam a saúde humana, pois com a perda da biodiversidade é ocasionado um desequilíbrio na relação entre espécies, aproximando patógenos de humanos. “O acúmulo de lixo e a falta de saneamento criam ambientes ideais para a proliferação de vetores. O desmatamento e a queima descontrolada geram impactos severos e mudanças climáticas, com altas ondas de calor, inundações e secas”, disse.

Por meio de uma dinâmica, Eva pediu para algumas pessoas da plateia irem enchendo um balão à medida que ela lia exemplos de danos ao meio ambiente. À medida que os balões iam estourando, ela explicava que isso era exatamente o que acontece com nosso planeta quando seu meio ambiente é degradado, ou seja, uma hora o planeta não aguenta, e as consequências aparecem.


Projetos Ambientais
A Semam desenvolve junto às comunidades trabalhos como a Tenda Ambiental Itinerante (TAIA), que leva, de uma forma lúdica, muito conhecimento às crianças em suas comunidades, assim como Meio Ambiente, sua casa, o Circuito Onda Verde e o Ecoleta, que visa principalmente, a sensibilização ambiental quanto à problemática e consequências ambientais do consumismo desenfreado, redução e reutilização e reciclagem dos resíduos.

Eva também destacou a ‘Balneabilidade’ e o ‘Programa Castrara’, sendo estes uma forma de educação humanitária como meta para se estabelecerem princípios para se ter uma água com qualidade para o banho e o uso de posse responsável e de bem-estar animal. Ainda foram apresentados o ‘Vida no Mangue’ e o ‘Praia bonita, é praia limpа’.

 
 

Compartilhe essa notícia: